Se eu tivesse optado por estudar jornalismo em vez de letras, hoje, provavelmente, estaria bem melhor na fita. É muito mais amplo o campo de trabalho para um jornalista que tenha um texto excelente como o meu do que para um profissional de letras. Eu, como profissional de letras, acabei me tornando especialista em trabalhar com livros. E às vezes se torna tããão frustrante trabalhar com livros! Ao menos quando o autor é estrangeiro tenho liberdade para mexer no texto; afinal, o original foi traduzido, e o tradutor não tem nada de reclamar (tem mais é de agradecer) quando o trabalho dele é melhorado. Mas com autor nacional é diferente. O camarada pode ser ruim de dar dó, mas ai de você se mexer em seu "estilo". Há quem pense que só quem é bom tem seu livro publicado. Ledo engano. Gente famosa e/ou cheia da grana e/ou com sobrenome importante; esses sim têm portas abertas em qualquer editora. Na verdade, não precisam procurar: elas vão atrás deles.
Estou soando como alguém frustrado? Pois é porque estou! Entendo perfeitamente que editoras queiram ganhar dinheiro -- como qualquer um de nós; eu especialmente, porque amo dinheiro. Mas não dar a menor chance a quem de fato sabe escrever?! Que droga, por que não nasci nos Estados Unidos? A esta hora eu seria disputada a tapa no mercado editorial brasileiro.
Bem, fica pra a próxima encarnação, se é que esse negócio existe (espero que não; uma vida só já é mais do que o suficiente). Quem mandou ter talento pra a escrita? Tivera eu talento para ser... digamos... neurocirurgiã e, além de bem mais útil, estaria ganhando uma bela grana por aí.
Bom, acho que já choraminguei o suficiente. Por ora basta.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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